Pelo pouco que se sabe desta grande mártir negra, que foi uma das inúmeras vítimas do regime de escravidão, no , pode-se dizer que seu calvário teve início em 9 de abril de 1740, por ocasião da chegada na cidade do de um navio negreiro de nome Madalena, que vinha da África com carregamento de 112 negros Bantos, originários do Congo, para serem vendidos como escravos no Brasil .
Delminda, mãe de Anastácia, era uma jovem formosa e muito atraente pelos seus encantos pessoais, e, por ser muito jovem, ainda no cais do porto, foi arrematada por mil réis. Indefesa, esta donzela acabou sendo violentada, ficando grávida de um homem branco, motivo pelo qual Anastácia, sua filha, possuía olhos azuis, cujo nascimento se verificou em Pompeu, em 12 de maio, no centro-oeste mineiro.
Antes do nascimento de Anastácia, a sua mãe Delminda teria vivido, algum , no estado da Bahia, onde ajudou a muitos escravos, fugitivos da brutalidade, a irem em busca da liberdade.
Anastácia por ser muito bonita, terminou sendo, também, sacrificada pela paixão bestial de um dos filhos de um feitor, não sem antes haver resistido bravamente o quanto pode a tais assédios; depois de ferozmente perseguida e torturada a violência sexual aconteceu. Apesar de toda circunstância adversa, Anastácia não deixou de sustentar a sua costumeira altivez e dignidade, sem jamais permitir que lhe tocassem, o que provocou o ódio dos brancos dominadores, que resolvem castigá-la ainda mais, colocando-lhe no rosto uma máscara de ferro, que só era retirada na hora de se alimentar, suportando este instrumento de supremo suplício por longos anos de sua dolorosa, mas heróica existência. As mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais incentivavam a manutenção de tal máscara, porque morriam de inveja e de ciúmes da beleza da negra.
Morreu no Rio de Janeiro depois de anos de agonia. Seus restos mortais foram sepultados na Igreja do Rosário, mas desapareceram durante um incêndio que destruiu a igreja. De acordo com a crença popular, a Escrava Anastácia continua operando milagres.
As religiosas afro-brasileiras, particularmente, as ligadas à religião católica apostólica romana, gostariam de propor à Sua Santidade, o Papa, para que fosse beatificada ou santificada, dentro dos preceitos e dos ritos canônicos que regem este histórico e delicadíssimo processo.
- Sincretismo de Escrava Anastácia: Não há.
- Devoção de Escrava Anastácia: Culto Popular.
- Data Comemorativa: 13 de Maio.
Escrava Anastácia
MINI SERIE APRESENTADA NA TV
Autoria: Paulo César Coutinho
Direção: Henrique Martins
Emissora: Rede Manchete
Período de exibição: 15/05/1990 - 05/06/1990
Horário: 22h50
Nº de capítulos: 4
Sinopse:
A história da Escrava Anastácia, desde que, com o nome Eyin, é caçada na África e vendida no Brasil, onde passa a se chamar Anastácia. É na fazenda do seu senhor, Dom Antônio, que ela começa a fazer curas e despertar a atenção por sua beleza, causando ciúmes em sua patroa Sinhá, e encantando o Feitor Fluentes.
Elenco:
Ângela Correa - Anastácia
Tarcísio Filho - Arcanjo Fluentes
Flávio Galvão - Dom Antônio
Carolina Ferraz - Sinhá
Ewerton de Castro - Padre
Neuza Borges - Das Dores
Rubens Correia
Solange Couto - Quequerém
Geraldo Del Rey - Teodoro
Maurício do Valle - Malaquias
Iléa Ferraz - Ilodu
Lana Francis - Akalá
Fátima Freire - Alvariciana
Roberto Frota - Capitão-do-mato
Thiago Frota
Thiago Justino - Ode Biyi
Kadu Karneiro
Elisa Lucinda - Hermelinda (Atunji)
Luíza Maranhão
Rosa Maria - Benedita
Iris Nascimento - Filomena - Oiaquemi
Claudioney Penedo - Heitor
Luís Antônio Pilar
Antônio Pompêo - Adeaô
Rui Resende - Bexiga
Ivan Setta - Mercador de Escravos
Adyel Silva - Massominu
Jitman Vibranoski - Doutor
Chica Xavier - Odé Deoyn
Curiosidades:
- Minissérie em quatro capítulos apresentada apenas às terças-feiras, de 15 de maio a 5 de junho de 1990, dentro da série Fronteiras do Desconhecido da TV Manchete.
- Foi reprisada no mesmo ano, de 10 a 13 de setembro.
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